Sangue oculto nas fezes, quando investigar?

A pesquisa de sangue oculto é um exame laboratorial cujo propósito principal é identificar a presença de sangue nas fezes. Sua importância reside na capacidade de detectar vestígios minúsculos de sangue, muitas vezes invisíveis a olho nu, permitindo um diagnóstico precoce de pequenos pólipos, mesmo quando o paciente não apresenta sintomas evidentes.

Embora o exame seja eficaz na detecção de sangue, ele não esclarece a causa do sangramento nem sua localização. No entanto, é considerado um dos procedimentos menos invasivos e mais valiosos para a identificação precoce de pólipos intestinais. Um resultado positivo não implica necessariamente a presença de câncer, mas sugere a necessidade de realizar outros exames, como a colonoscopia, para visualizar o interior do intestino e avaliar a possível existência de pólipos ou tumores.

Como o exame é realizado? Os pacientes podem coletar amostras de fezes utilizando recipientes descartáveis. Esse é um procedimento descomplicado, não invasivo e econômico, que pode ser realizado de várias maneiras diferentes.

Alguns fatores podem alterar o resultado dos exames mais comuns. O sangramento de gengiva ou nasal, o período menstrual, a alimentação com carne e a utilização de alguns medicamentos como aspirina e vitamina C são os fatores que mais alteram o resultado.

Esta interferência não ocorre quando a pesquisa é realizada através do método imunológico (imunocromatográfico). O teste imunológico é um método de grande sensibilidade e detecta especificamente a presença de sangue humano. Por este motivo não requer a realização de dietas.

Quando o paciente realiza o exame com o método mais comum deverá seguir uma dieta rigorosa, recebendo do laboratório a recomendação por escrito, como exemplificado abaixo.

Em situações em que o paciente já foi diagnosticado com hemorroidas, fissura anal ou outras condições anorretais em tratamento, a pesquisa de sangue oculto pode não ser um indicador preciso. Além disso, para mulheres durante o período menstrual, é aconselhável evitar a coleta de amostras para esse teste.

Fonte: Sociedade Brasileira de Coloproctologia

Dr. Daniel De Castilho

CRM 130.308 │ RQE 86384

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