Entendendo a EAPH: Uma complicação pós hemorroidectomia
- admdrdanieldecasti
- 12 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
A estenose anal é uma complicação desagradável associada a cirurgias ou condições anais.
Pode resultar de diversas causas, incluindo doenças inflamatórias como a doença de Crohn, traumas, uso excessivo de laxativos ou supositórios, doenças sexualmente transmissíveis, anomalias congênitas, tumores e, de forma mais comum, a hemorroidectomia.
Muitas vezes, requer correção cirúrgica. Além disso, a eletrocauterização extensa e profunda de condilomas anais também pode causar estenose anal.
A Estenose Anal Pós-hemorroidectomia (EAPH) é influenciada por vários fatores. Destacam-se: a) ressecções amplas dos mamilos com pontes cutâneas estreitas que dificultam a cicatrização; b) dissecação subcutânea com sofrimento das pontes cutâneas; a) ressecções circunferenciais totais do anoderma; d) trauma operatório que leva à necrose das pontes cutâneas, ampliando o leito cicatricial; e) espasmo esfincteriano pós-operatório, que pode resultar em estenose anal permanente.
Pacientes com Estenose Anal Pós-hemorroidectomia (EAPH) geralmente experimentam sintomas como dificuldade e dor intensa durante a defecação. Isso pode levar a outros sintomas secundários, incluindo sangramento nas fezes, fezes de calibre reduzido, cólicas abdominais, constipação, sensação de evacuação incompleta, presença de mamilo anal sentinela, pressão retal e medo do ato de defecar. O medo e a dor resultam em espasmo esfincteriano e podem levar os pacientes a recorrer a laxativos ou enemas para alívio.
Quando um paciente relata dor intensa ou torna impossível o toque retal, não é aconselhável realizar uma retossigmoidoscopia convencional. O exame proctológico confirma a história clínica após uma cirurgia para hemorroidas, mostrando um canal anal estreito e não elástico, sangramento vivo no dedo de luva e muita dor durante o toque retal.
Se o proctologista identifica uma estenose evidente, com paredes endurecidas e deformadas no canal anal, o diagnóstico está completo. Às vezes, é difícil distinguir uma Estenose Anal Pós-hemorroidectomia (EAPH) de um espasmo esfincteriano, associado ou não a uma fissura anal. Se houver incerteza, o proctologista pode tentar a dilatação com velas de diferentes tamanhos, avançando caso haja uma resposta positiva.
No tratamento, banhos quentes de assento, pomadas anti-inflamatórias e analgésicas, medicamentos analgésicos e relaxantes S pai A musculares, óleos minerais para lubrificação das fezes e uma abordagem psicossomática, além de ouvir atentamente o paciente, podem ajudar nas tentativas de dilatação. A anestesia local não tem efeito sobre o diámetro anal em pacientes com EAPH.
Assim, a busca por um proctologista se torna fundamental, pois ele irá conduzir exames clínicos minuciosos e, quando necessário, procedimentos complementares, como a anuscopia, para validar o diagnóstico. Além disso, o proctologista é responsável por acompanhar o progresso do tratamento e adaptar a abordagem conforme necessário para assegurar a completa recuperação do paciente.
Dr. Daniel De Castilho
CRM 130.308 │ RQE 86384
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